sábado, 13 de agosto de 2011

Uma Última Vez

Ser o primeiro a te ver e vislumbrar sozinho cada espaço de beleza que forma tua pele. Em um momento em que todas as luzes sentem vergonha de passar ao teu lado. Onde nada mais parece fazer sentido no Universo a não ser a restrita imagem que meus olhos consomem.
Dar-te minha mão e segurar a tua. Sorrir da falta de jeito de te conduzir. Esnobar-me. Perceber que não há mais ninguém em volta. Rodar-te em volta, mas parar-te junto a mim. Sentir teu seio palpitando, ver tuas bochechas rosadas e já cansadas. Controlar o desejo surreal de gritar o que faz meu coração rasgar meu peito.
Tocar teus lábios como se fossem brisa. Sentir teu corpo e tornar-te a mulher que sempre foste pra mim. Embaraçar teus cabelos entre meus dedos e puxá-los para que eu seja consumido pelo perfume que exala do teu pescoço. Morder-te. Beijar-te. Amar-te.
Ser o último a te ver e, lacrimejando, forçar as luzes já presentes a se misturarem com a tua, numa tentativa de não ter que te ver partindo. Ouvir seus passos e ser obrigado a me distanciar de ti.
Vou senti saudades.
À Mariana R. Veras.
1 mês e 10 dias sentindo falta.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Tudo o que eu quero

Eu não quero a paz, quero nós dois brigando sobre quem ama mais.
Eu não quero a liberdade, quero uma corrente de rosas unindo nossos corações.
Eu não quero os direitos, quero apenas a obrigação de te fazer a mais feliz das mulheres.
Eu não quero o respeito, quero ser xingado, arranhado e mordido.

Eu não quero a sanidade, quero gritar para todos na rua como é forte, grande e belo o que arde em meu peito.
Eu não quero a calma, quero a adrenalina que faz meu coração bombear mais forte antes de te ver.
Eu não quero sentar, quero dançar, pular, te carregar. Quero correr para ti.
Eu não quero descansar, quero buscar incessantemente seu sorriso mais puro, teu balbuciar mais sincero e teu olhar mais romântico.

Eu não quero vacilar, quero ser sempre o final do seu caminho no fim do dia.
Eu não quero te perder, quero ter seu cheiro em meu nariz, teu toque em meu rosto e teu beijo junto ao meu.
Eu não quero.
Eu só quero poder te amar. E que você queira o mesmo.

À Mariana R. Veras.
1 mês e 17 dias sentindo falta.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Um Beijo Pra Você

Com a mão fechada ele corta ferozmente o transito. Passa por carros, ônibus e caminhões como se fossem animais raivosos correndo atrás dele para devorá-lo. Passa por crateras, cai, mas não espera começar a sangrar, continua seu caminho. Galhos e multidão não são empecilhos suficientes para pará-lo.

A cada passo sua ansiedade aumenta, seu coração palpita mais forte, suas pupilas se dilatam, sua mão sua, mas ele não a abre. Não pode!

Seus pensamentos esvaíram-se, deixando-o apenas com um, o mais importante. Suas pernas correm. Suas narinas já podem sentir o doce perfume que parece dançar pelo ar. E suas pernas correm mais.

Não é dia, nem é noite. Não está chovendo, nem corre um ar fresco. Não é um dia especial, nem um dia qualquer. Não é difícil, nem é fácil. É quente. É real. É verdadeiro e chega a ser palpável. É presente.

Então, enfim, ele chega ao seu destino. Suado. Molhado. Ofegante. Sujo. E ela está lá, com sua beleza incansável, com seu leve vestido, com seu sorriso calado, com seu olhar embaraçante, com sua pele macia desejando um carinho, com sua cintura esperando ser tocada. Ele a olha e pensa, só pra si, que ela é tudo o desejado por ele, que valeu a pena a caminhada, que faria tudo de novo quantas vezes fosse preciso, que o que queima é querido e que não cabe dentro dele. Então ele se abaixa, olha nos olhos dela, sente seu calor, sente seu cheiro, sente sua pele sem precisar tocar e, em um ato sutil, levanta sua mão em direção a ela e a abre calmamente.

À Mariana R. Veras.

1 mês e 12 dias sentindo falta.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

O Primeiro Beijo

Há pessoas que vem e vão na nossa vida. Umas já estavam lá antes mesmo delas saberem (ou quererem saber), mas o fato era que estavam. Assim foi com a Mariana. Ela nem sabe direito quando entrou na minha vida, mas ela já estava lá a bastante tempo. Ahhh estava!
Todo o problema girou em torno de uma só coisa: uma oportunidade. Juntaram a gente pela tarde, mas perceberam que não deu ceto; então, juntaram pela manhã também. Aí não teve como! A oportunidade surgiu e não foi desperdiçada. Pouco a pouco, fomos nos conhecendo e com isso, percebendo os quês de cada um.
Não foi um dos melhores momentos em que isso tudo aconteceu, então só fico a imaginar "e se tivesse sido?!". Mas já não importa. Afinal, não ia fazer diferença, pois tudo que importava era nós dois, alí, juntos. Somente importa agora o que é, o que está sendo e o que o futuro estar nos preparando.

À Mariana R. Veras.

[Texto originalmente escrito em 07.10.2007 às 21h11]