quarta-feira, 30 de maio de 2007

A vida inteira que poderia ter sido I


Na infância, ele não poderia ter feito nada. Não por defeito, nem desfeita, nem por mal-querer. Não poderia ter feito nada, pois aquilo ainda não tinha tocado seu coração do jeito que deveria ter tocando, do jeito que toca hoje. Mas agora que toca, parece que já não adianta mais.

Pensa que melhor seria se tocasse nela, agora, do jeito que toca nele. Antes, tocara nela e não nele. Amores de infância são assim mesmo, de infância, da infância. Pertence a inocência dela, a sua pureza. E suas ilusões são permitidas, pois são, mesmo que somente ilusões, lindas. Então se cresce e parece que não se permite mais sonhar, desejar, iludir.

Criança não tem medo de viver, não tem medo de entrar num caminho errado e acabar caindo. Tanto se luta para caminhar e depois que acha que já pode correr, não quer mais ver o chão como um apoio, prefere acreditar nas suas pernas. Infância. Ele pensa nas coisas que deveria ter feito, mas vê que se tivesse feito antes o que fez hoje, talvez tivera antecipado o que acontece hoje, o fim. No entanto, não sabe se melhor seria ter o fim antes ou agora. Gostaria mesmo que o fim não chegasse, mas parece inevitável.

Medo, por que apareces depois da infância? Por que não desde crianças para que todos possam se acostumar com você? Talvez porque não queiras que seja vencido. Não quer perder. Pena pra você, pois mesmo assim, alguns ainda conseguem derrotá-lo. Pena pra mim, pois com 1 x 0 favorável a mim, ainda ganhas.

9 comentários:

Unknown disse...

até agora, o meu preferido!



lindo demias!!!
amei :D



beijo joão

Fernando Palma disse...

Olha, quando o assunto é infância já me conquista antes de começar a ler. Quando é de amor, também. Amor e infância então é covardia comigo!
.
Gostei demais das mudanças de contexto, começando com reflexões dobre paixões infantis e acabando com uma frase - genial - sobre o medo. É verdade, sim, ele vence mesmo quando está 1x0 para a gente. Por isso que é melhor deixar logo uma margem bem grande de diferença...
.
Sempre penso como vc : será que se tivesse acontecido como desejamos hoje teria sido melhor?

João, creio que não. Fica mais divertido assim!
.
Grande abraço e parabéns pelo texto . Vou agora ver o outro que me escapou aqui em baixo...

Anônimo disse...

Querido,

Bom estar por aqui novamente. Agradeço-te o carinho da tua visita, viu?

Ahhhh o medo! Ele nos persegue às vezes, mas basta encará-lo de frente e ele some de vista.

Beijinhossss

Anônimo disse...

Oi João.
Gostei de seus textos. E amei a reflexão sobre o medo. Realmente ele não quer ser vencido. Mas, tem muita gente que o vence. Isso também é lindo.

* Obrigada pela visita no meu blog e pelas dicas no meu texto. Realmente tô desatenta a isso. E quanto a musicalidade, ela faz parte de tudo que envolve vida em mim.

Aparece lá.
Beijos

Anônimo disse...

Olá João!!
pois é..
agente agora só se fala se for por orkut ou blog...hauhauahau..^^
qto ao texto adorei!
a infância é mto boa msmo!algumas pessoas adorariam viver eternamente nela...eu,por exemplo!
Bjos!!
=*****

Lia Noronha &Silvio Spersivo disse...

Obrigada pela carinhosa visita ao meu Cotidiano.
Abraços e bom fim de semana.

Lia Noronha &Silvio Spersivo disse...

João: voltarei pra ler a continuação ...adorei tudo!Boa tarde de sábado.

Unknown disse...

pow....
adorei...

=)
vou virar visitante ardua do teu blog...:P

bjim

Anônimo disse...

só enquanto eu respirar (;